'Django livre' é banquete para fãs de Quentin Tarantino

Onde há uma vingança sanguinária, há Quentin Tarantino para filmá-la. Pois é partir desta premissa que o diretor norte-americano nos apresenta "Django livre" ("Django unchained"), seu novo longa-metragem que estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 18. Depois de "Kill Bill" (partes 1 e 2) e "Bastardos inglórios" (2009), Tarantino outra vez faz uso de personagens armados e rancorosos para construir uma trama violenta e cheia de humor negro. E, novamente, sai-se muito bem.

O filme é um banquete para os fãs do cineasta. Todas as caratcterísticas mais marcantes dos filmes de Tarantino estão lá: os esguichos de sangue exagerados (tiros de revólver nunca fizeram estrago tão grande em tecidos humanos), as piadas nos momentos mais inadequados (como quando uma gangue encapuzada discute por um motivo desprezível antes de uma chacina), diálogos longos e a trilha sonora marcante (que varia entre o hip hop contemporâneo e o velho blues do delta do Mississippi, entre outros gêneros).

O pano de fundo aqui é a América escravocrata do século 19, dois anos antes da eclosão da Guerra Civil — o filme se passa em 1858. Django Freeman (Jamie Foxx) é um escravo cuja liberdade é comprada pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Com a ajuda de Schultz, Django vai em busca da mulher (Kerry Washington), vendida para o cruel fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).
Em "Django livre", Tarantino confirma ser um diretor de atores: a performance do elenco é primorosa, com destaque para Samuel L. Jackson, habitué dos filmes do cineasta desde "Pulp fiction - Tempo de violência" (1994). Caracterizado como um velho escravo da lavra de Candie, o ator toma conta do filme a partir do momento em que surge na tela. Foi descrito como o próprio diretor, em entrevista, como o "preto mais desprezível" na história do cinema.


Assim como já havia feito com "À prova de morte" (2007), quando homenageou os velhos filmes B, Tarantino agora presta tributo aos eternos westerns spaghetti dirigidos pelos italianos Sergio Corbucci e Sergio Leone, especialmente aqueles produzidos na década de 60. Nas mãos do americano, essa colagem de referências, recorrente alvo de ataques por parte dos críticos, se transforma num "faroeste pipoca", alternando uma câmera nervosa (zooms rápidos em closes no rosto dos atores) com tomadas mais contemplativas.
Agora é conferir o desempenho do longa na 70ª edição do Globo de Ouro, que será realizada no próximo dia 13. "Django livre" concorre nas categorias Melhor Filme,  Melhor Ator Coadjuvante (DiCaprio e Waltz), Melhor Diretor e Melhor Roteiro.

Fonte: g1.com




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